terça-feira, 19 de julho de 2011

Novas Regras para Comer!

 
Comer está cada vez mais complicado. Precisamos de especialistas que nos aconselhem sobre o que podemos consumir – médicos, livros sobre alimentação, meios de comunicação, órgãos governamentais, informações adicionais sobre nutrientes nas embalagens.

Mas, depois de anos pesquisando o assunto, finalmente percebi que a resposta para o problema do que se deve comer, supostamente complexa, não é, de fato, nem um pouco complicada. Na verdade, pode ser resumida a apenas seis palavras: Coma comida. Não muita. Principalmente plantas.
Na guerra da nutrição, todos os competidores concordam que a chamada “dieta ocidental” – na qual entram toda a sorte de alimentos industrializados, carne, adição de gordura e açúcar, cereais refinados e tudo em grande quantidade, exceto hortaliças, frutas e cereais integrais – nos faz mal. E quem abandona essa dieta nociva para adotar um modo mais tradicional de se alimentar vê a própria saúde melhorar sensivelmente.
Conheça algumas regras simples para comer bem:
Coma comida
Falar é fácil, colocar algo em prática é que são elas, principalmente quando surgem milhares de produtos novos por ano no supermercado, todos brigando pelo seu dinheiro. Mas a maioria desses itens não merece ser chamada de comida; eu as chamo de substâncias comestíveis parecidas com comida. São preparados processadíssimos, compostos principalmente de ingredientes que nenhuma pessoa normal guarda na despensa. Hoje, boa parte do desafio de comer bem se resume a escolher comida de verdade e evitar novidades industriais.
Coma alimentos que apodrecem
No caso da comida, o que significa “apodrecer”? Em geral, significa que fungos, bactérias e outras criaturas com as quais disputamos nutrientes e calorias chegaram a ela antes de nós. A industrialização dos alimentos começou como uma forma de aumentar o tempo de prateleira, protegendo-os desses competidores vorazes.
Para conseguir isso, o mais comum é que se tente tornar a comida menos atraente para os micro-organismos, buscando remover nutrientes que os atraem ou que podem ficar rançosos. Quanto mais processado um alimento, maior é o seu tempo de prateleira e menos nutritivo ele costuma ser.
A comida de verdade está viva e, portanto, deve acabar morrendo. (Há algumas exceções a essa regra: a vida de prateleira do mel, por exemplo, é medida em séculos.)
Observe também que a maioria das substâncias imortais que se parecem com comidas está geralmente localizada nos corredores do meio em supermercados.
Evite produtos alimentícios com mais de cinco ingredientes
O número específico é arbitrário, mas, provavelmente, quanto mais ingredientes houver na elaboração de alimento embalado, mais processado ele será.
Coma principalmente plantas, com destaque para as folhas
Os cientistas podem discordar sobre o que há de tão bom nas plantas – são os antioxidantes? as fibras? os ácidos graxos ômega-3? – mas todos concordam que são muito boas para a saúde e, sem dúvida, mal não fazem. Além disso, com uma alimentação baseada principalmente em plantas reduz bastante o consumo de calorias, já que os alimentos vegetais, com exceção das sementes, como cereais e nozes, costumam ser menos “densos em energia” do que outras coisas que comemos.
Coma colorido
A ideia de que um prato saudável é colorido é um bom exemplo de uma noção antiga comprovada pela ciência. As cores das hortaliças refletem os diversos antioxidantes fitoquímicos que contêm: antocianinas, polifenóis, flavonoides e carotenoides. Muitas dessas substâncias nos defendem de doenças crônicas, cada uma de um jeito diferente, de modo que a melhor proteção vem de uma alimentação com a maior diversidade possível de substâncias fitoquímicas.
Pague mais, coma menos
Quem gasta mais para ter uma alimentação melhor comerá menos e tratará a comida com mais cuidado. E, se essa alimentação de qualidade tiver mais sabor, precisaremos de menos comida para nos sentirmos satisfeitos. Prefira a qualidade à quantidade. Ou, como diziam as sábias avós: “Melhor pagar a quitanda do que o médico.”
Coma alimentos doces como encontrados na natureza
Quase sempre, na natureza, os açúcares vêm junto com as fibras que retardam a sua absorção e nos dão saciedade antes de ingerirmos calorias demais. Por isso que é sempre melhor comer a fruta do que tomar o suco.
“Quanto mais branco o pão, mais cedo vem o caixão”
Esse conselho franco e transcultural (passado por avós judeus e italianos), indica que o perigo da farinha branca para a saúde é reconhecido popularmente há muitos anos. No que diz respeito ao organismo, a farinha branca não é muito diferente de açúcar. A menos que seja suplementada, não oferece fibras, vitaminas e gorduras saudáveis como os cereais integrais, mas apenas uma dose alta de glicose, que aumenta o potencial inflamatório e provoca o caos no metabolismo da insulina. Coma cereais integrais e minimize o consumo de farinha branca.
Pare de comer antes de se encher
Os japoneses têm um ditado – hara hachi bu – que aconselha todos a pararem de comer quando estiverem 80% satisfeitos. Na Índia, a tradição aiurvédica aconselha a comer até ficar 75% satisfeito; os chineses dizem 70%; e o profeta Maomé descrevia a barriga cheia como a que continha um terço de comida, um terço de líquido e um terço de ar. Os franceses também têm o que ensinar. Em vez de dizer “Estou faminto”, eles dizem “J’ai faim” (tenho fome) e, ao acabar, “Je n’ai plus faim” – não tenho mais fome. É um jeito totalmente diferente de pensar na saciedade. Não se pergunte se já está satisfeito, mas se a fome passou. Este momento geralmente chega muitas garfadas antes.
Desobedeça às regras de vez em quando
Ficar obcecado com a alimentação faz mal à felicidade e, provavelmente, à saúde também. Nas últimas décadas, as dietas e a preocupação excessiva com a nutrição não nos tornou mais saudáveis nem mais magros; é importante cultivar uma atitude tranquila em relação à comida. Em algumas ocasiões, você terá vontade de jogar as regras pela janela. O mais importante são os hábitos cotidianos que definem o seu modo de comer. Costuma-se dizer “tudo em moderação”, mas não devemos esquecer o sábio acréscimo atribuído, às vezes, a Oscar Wilde: “a moderação, inclusive”.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Transtornos Alimentares (por Alimentação Saudável)


Como evitar os transtornos alimentares?

O que são transtornos alimentares?
Os transtornos alimentares prevalecem sobretudo entre raparigas adolescentes e jovens adultas, mas cerca de 5 a 10% dos casos ocorrem com rapazes. As vítimas sentem-se normalmente impotentes em relação às suas vidas, sofrem de baixa auto-estima e têm uma fraca imagem do seu corpo. Usam a comida – seja a restrição da comida ao ponto de passarem fome, o ou excesso de comida ao ponto de ficarem obesos –, como forma de ganhar controlo sobre alguns aspectos das suas vidas.
Algumas formas comuns de transtorno alimentar: a Anorexia Nervosa é uma condição em que as pessoas restringem a ingestão de comida, às vezes para valores tão baixos como 300 calorias por dia; a Bulimia Nervosa caracteriza-se por períodos de indulgência em grandes quantidades de comida para depois vomitar ou usar laxantes para eliminar a comida do corpo; o Transtorno de Compulsão Alimentar e excesso compulsivo de alimentação ocorre quando as pessoas comem em demasia mas não purgam a comida e ganham peso em excesso e a Ortorexia é a obsessão doentia por alimentação saudável, o que em excesso e não regulado pode ser prejudicial. Qualquer um destes transtornos alimentares tem consequências nutricionais muito graves e um forte impacto na saúde dos indivíduos.

Nutrição para transtornos alimentares
Uma boa nutrição é essencial a todos e especialmente às pessoas em recuperação de um transtorno alimentar. Primeiro, certifique-se de que a pessoa com o transtorno foi avaliada por um médico qualificado e que se encontra num plano de tratamento. Uma terapia nutricional de um dietista credenciado, aliada a psicoterapia e farmacologia ou formas variadas de medicina alternativa, pode ajudar uma pessoa em recuperação de um transtorno alimentar.
Parte de um plano de tratamento eficaz consiste em ajudar a pessoa a regressar a um padrão de alimentação saudável. O corpo de uma pessoa que tem passado fome está num estado terrível e precisa de alimentos nutritivos para recuperar energia, restabelecer o equilíbrio químico e melhorar a clareza mental.
Os seguintes alimentos podem ajudar na recuperação de um transtorno alimentar:
● Alimentos integrais concedem nutrientes que revitalizam o corpo. O pão de centeio integral, arroz integral, fruta e legumes frescos e carnes magras darão aos corpos desgastados um aumento de energia. As comidas processadas oferecem açúcar, xarope de milho com alto teor de frutose, gordura, cereais refinados e muito pouco no que diz respeito a nutrientes;
● O cálcio presente em produtos lácteos magros e vegetais folhados ajudam a fortalecer os ossos e os dentes. As dietas excessivas roubam cálcio aos ossos, tornando-os frágeis. As jovens que sofrem devido a um transtorno alimentar mostraram ter uma massa óssea semelhante à de mulheres idosas. Para além do mais, vomitar em excesso destrói o esmalte dos dentes;
● Carnes magras, legumes e peixe proporcionam as proteínas necessárias das quais um corpo mal nutrido precisa;
● Os ácidos gordos do Ómega 3 encontrado no peixe, ovos e nozes, estimulam o coração. Quem sofre de anorexia corre o risco de ter problemas cardíacos e arritmia cardíaca pois o corpo não tem gordura suficiente para sustentar o funcionamento cardíaco;
● Os líquidos e sódio da água e bebidas desportivas são necessários para restabelecer o desequilíbrio de electrólitos e restituir a perda de água devido à desidratação provocada por vomitar em excesso, ou pelo uso de laxantes e de diuréticos.
Os atletas que sofrem de transtornos alimentares precisam de aconselhamento nutricional especializado. Desportos como a luta livre, corrida, ballet e ginástica, que dão ênfase a corpos magros e tonificados, apresentam um número excepcionalmente elevado de praticantes com transtornos alimentares. Estes atletas restringem a comida, têm um índice de massa corporal muito baixo, abusam de bebidas proteicas e suplementos e tentam perder o peso da água com diuréticos e saunas.
Os atletas devem concentrar-se numa alimentação baseada em alimentos em vez de suplementos, carbonatos e gorduras para a energia, proteínas para os músculos, fluidos e electrólitos adequados, e vitaminas e electrólitos para manter a performance e o equilíbrio nutricional.

Porquê usar a nutrição para prevenir transtornos alimentares?

As práticas de boa nutrição podem ajudar a prevenir transtornos alimentares. Os jovens vão buscar a sua imagem corporal e auto-estima ao mundo que os rodeia. Envolver as crianças na preparação da comida e ensinar-lhes a reconhecer imagens corporais realistas pode prepará-las para hábitos saudáveis que podem ser-lhes úteis ao longo da vida.
Ajude-os a focarem-se na boa saúde e alimentos saudáveis em vez do seu peso e do que a balança diz. As crianças podem ser atarracadas mas saudáveis se comerem alimentos correctos e fizerem exercício. Ensinem as crianças a comer quando têm fome e não por razões emocionais. Deixe-as saber que não há nenhuma boa razão para terem de passar fome. Não critique o peso de uma criança nem se queixe do seu tamanho. Desenvolva previamente planos de comida saudável e mantenha-se firme na sua prossecução.
Procure sinais de aviso que possam indicar que uma pessoa jovem possa estar a caminho de uma transtorno alimentar: contar obsessivamente as calorias de tudo o que come, só comer “dieta” ou alimentos baixos em gordura, dizer que está gorda quando de facto está muito magra, abusar de laxantes, pesar-se constantemente e fazer exercício em excesso.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dor de barriga pode ser doença celíaca ou de Crohn


Subir no palco pode ser sinônimo de frio na barriga para muita gente. Mas o nervosismo, que às vezes gera até uma dor de barriga repentina, não foi o motivo que desconcentrou a bailarina Siana Subtil, de 26 anos, enquanto ela encenava um espetáculo de dança e teatro, em agosto do ano passado, em Campo Grande (MS).

“A dor de barriga começou no meio da apresentação. Por quase meia hora, suei frio, e senti cólicas insuportáveis, mas consegui chegar ao fim do espetáculo. Meu rendimento caiu, mas acho que o público não percebeu. Deixei o palco tonta de dor na barriga”, recorda Siana, que foi direto para a Emergência da Clínica Campo Grande, no Centro da capital sul-mato-grossense, de onde saiu com uma receita de laxante natural.

Desde os 18 anos, Siana vinha enfrentando situações constrangedoras por causa das dores de barriga. Mas sempre ouvira dos médicos o mesmo diagnóstico: intestino preso, estresse e gastrite. Em outubro de 2007, a bailarina deu entrada na Emergência do hospital três dias consecutivos, sempre saindo sem um diagnóstico correto. Fez vários exames, entre eles uma ultra-sonografia, que só acusou gases.

“Cheguei ao meu limite. Não agüentava mais ficar no hospital sem saber o que eu tinha. Ainda pedi ao médico que fizesse uma endoscopia, pois temia uma infecção, mas não fui atendida”, lamenta Siana que, semanas depois, comentou o ocorrido com sua hematologista. “Ela cuidava de uma anemia antiga, que, mais tarde descobri, já era um dos sintomas da doença que eu tinha. Minha médica então suspeitou de doença celíaca e me pediu que fizesse uma endoscopia.”

Depois do exame, que indicou a necessidade de biópsia no intestino delgado, a bailarina finalmente conseguiu descobrir a causa das tenebrosas dores: intolerância alimentar permanente ao glúten, também conhecida como doença celíaca.


Tratamento para doença celíaca

Excluir da alimentação tudo que contém glúten, uma proteína encontrada no trigo, na aveia, na cevada, no centeio e em muitos derivados (pães, massas, bolos, pizzas, biscoitos, cerveja, uísque e vodca, entre outros). Em poucas semanas, Siana foi percebendo que sintomas da intolerância ao glúten, como prisão de ventre e gases já não incomodavam tanto, e também deu adeus às cólicas.

Especialistas no Brasil estimam que cerca de 20% da população sofra com algum tipo de distúrbio gastrointestinal. Alguns são mais graves que outros. Mas todos podem ser dolorosos, desagradáveis, constrangedores e difíceis de diagnosticar e tratar.

Sua dor de barriga é causada por um patógeno (agente biológico capaz de causar doenças), pelo excesso de comida, por estresse, alergias ou por alguma doença rara?


Você sente dor de barriga?
“A dor é sinal de problema, um alerta do organismo, mas nem sempre dor é sinônimo de doença”, explica o Dr. Flávio Antônio Quilici, professor titular de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da PUC de Campinas. “Quando a dor de barriga é intensa demais ou aparece com freqüência, o ideal é consultar logo um médico”, alerta o Dr. Quilici.

Muitas vezes, uma dor de barriga é só uma dor de barriga. Mas, se você sente dor há mais de duas ou três semanas, acompanhada de sintomas graves como sangue ou muco nas fezes, ou apresenta perda de peso inexplicável, procure um médico. Há mais de 100 causas possíveis para a sua dor. Veja aqui como reconhecer as mais comuns.


Dor de barriga pode ser causada por: Síndrome do intestino irritável (SII) ou Distúrbio funcional

Síndrome do intestino irritável acontece quando algo não está funcionando direito no organismo – sem causa evidente. Os sintomas da síndrome do intestino irritável são variados, e podem ou não ser concomitantes: dor de barriga recorrente, diarréia, prisão de ventre, distensão abdominal, ou excesso de gases. É possível que exames isolados não identifiquem o problema. Será que está tudo na cabeça? Não. Está no intestino, e não se resolve por si só.

“Os exames são importantes para excluir doenças orgânicas que apresentam lesões. Mas, para se chegar ao diagnóstico de síndrome do intestino irritável, é fundamental ouvir o paciente”, ressalta o Dr. Flavio Steinwurz, presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn. Às vezes, a sindrome do intestino irritável começa depois de uma doença infecciosa, como uma gastroenterite, mas também pode surgir motivada por fatores psicossociais que causem instabilidade emocional (morte, separação, perda do emprego, depressão).

Após o diagnóstico de síndrome do intestino irritável, o médico pode prescrever mudanças na alimentação – maior ou menor consumo de fibras – dependendo do paciente, pois muitos alternam sintomas como prisão de ventre e diarréia.

Fazer um diário alimentar para descobrir o que provoca os sintomas e depois evitar esses alimentos também ajuda.

A prescrição de medicação sintomática, pois ainda não existe cura para a síndrome do intestino irritável, auxilia a regularização dos movimentos intestinais.
Dor de barriga pode ser causada por: doença celíaca
Só na última década, a doença celíaca, sinônimo de intolerância permanente ao glúten, começou a ganhar notoriedade no Brasil. A sensibilidade ou alergia ao glúten pode surgir na infância, com sinais como dor de barriga, diarréia, cólicas e irritabilidade. Quando aparece na fase adulta, a diarréia pode ser menos freqüente, mas é comum o paciente ter prisão de ventre, gases, desconforto abdominal ou anemia de difícil cura. A prisão de ventre pode ocorrer em até 5% dos casos em adultos.

“A parte interna do intestino delgado saudável é revestida por vilosidades, semelhantes a dedos, que absorvem os nutrientes importantes, como ferro, lactose e cálcio”, explica o Dr. Célio Salgado, do Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFMG. A doença celíaca deforma as vilosidades, diminuindo a absorção dos nutrientes.

Quando eliminamos o glúten da alimentação, as vilosidades se recuperam e voltam ao normal, e os sintomas desaparecem. “A intolerância (doença celíaca) pode ser resolvida com a retirada do glúten da dieta.

Há conseqüências mais graves para quem passou anos com a doença celíaca sem receber o diagnóstico correto. Mulheres com menos de 50 anos podem apresentar osteoporose precoce, e há maior predisposição ao câncer do intestino delgado em ambos os sexos”, adverte o Dr. Célio Salgado, acrescentando que até 27% dos diagnósticos de doença celíaca feitos em adultos ocorrem em pacientes com mais de 60 anos.

Devo evitar alimentos com glúten ao ter uma dor de barriga?

Infelizmente, o glúten está presente em quase todos os alimentos: flocos de cereais, massas, pães, biscoitos e alimentos industrializados. Olhar o rótulo é indispensável: desde 2003, todos os produtos alimentícios são obrigados a estampar na embalagem a advertência “contém glúten”. Evitá-lo pode ser difícil, mas cada vez aparecem mais produtos sem glúten e há muitos livros de culinária para quem não tolera a substância. Se você acha que tem a doença, procure um médico antes de cortar alimentos com glúten. Os exames que confirmam o diagnóstico podem dar resultado negativo se você suspender o consumo de glúten.


Dor de barriga pode ser causada por: Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal que pode provocar lesões dolorosas em qualquer região do trato intestinal (da boca ao ânus). Alguns sintomas da doença de Crohn podem ser parecidos com os da síndrome do intestino irritável, como dor de barriga crônica e diarréia, mas a inflamação também provoca excesso de gases, febre, náuseas e emagrecimento.

A localização das lesões dificulta a passagem do bolo alimentar, provocando dor ou diarréia. “Há um estreitamento dessas regiões por causa da inflamação. Há casos em que as feridas se situam na boca ou no ânus, sendo muito doloroso para o paciente se alimentar ou evacuar”, revela o Dr. Quilici.

As causas da Doença de Crohn

Predisposição genética, fatores ambientais e problemas imunológicos são apontados como causas prováveis da doença de Crohn. Ela atinge principalmente homens e mulheres entre os 15 e 30 anos, mas também pode acometer crianças. “A doença pode ser detectada por meio de exames de sangue, colonoscopia, raios X do trânsito intestinal, cápsula endoscópica e, em apenas 20% dos casos, a biópsia pode ajudar. Quando em estado adiantado, é possível identificar a lesão com exame de palpação do abdome”, explica o Dr. Steinwurz.

Hoje a doença de crohn pode ser controlada com medicamentos sulfaderivados, corticóides (imunossupressores) e drogas biológicas (anticorpos obtidos a partir de organismos vivos), que podem provocar menos efeitos colaterais. Não existe um padrão para a dieta alimentar. A restrição de alguns alimentos vai depender do local das lesões.

Dor de barriga pode ser causada por: estresse

Você está prestes a falar em público; ou acabou de marcar uma entrevista de emprego. De repente, sente uma dor de barriga terrível e a necessidade de correr para o banheiro. De quem é a culpa? Do seu sistema nervoso entérico (SNE), um segundo cérebro que funciona no intestino. É o sistema nervoso entérico – uma das subdivisões do sistema nervoso autônomo, que inclui ainda o simpático e o parassimpático – que diz ao intestino para empurrar seu conteúdo pelo corpo.

“Há uma ligação direta entre o impulso das emoções no hipotálamo e a motilidade. Isso ocorre porque o nervo vago, que sai do hipotálamo, enerva o tubo digestivo, estimulando secreções e coordenando os movimentos. Além disso, há hormônios no intestino ligados à emoção, as encefalinas, que são semelhantes aos que existem no cérebro”, diz o Dr. Steinwurz.


Como evitar dor de barriga em momentos de estresse?

Reduzir o estresse com exercícios, respiração profunda, ioga, ou qualquer outro método que ajude você a sem manter calmo, ameniza os sintomas.



Dor de barriga pode ser causada por algo que você comeu

Todo ano, as doenças transmitidas por alimentos são responsáveis por cerca de 500 mil internações, segundo números do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde. Nos últimos três anos, mais de 1,6 milhão de brasileiros foram vítimas de vírus e bactérias, como salmonella, Escherichia coli, estafilococos, entre outros.

Mas como saber se sua dor de barriga tem relação com o que você comeu?

Os problemas gastrointestinais tendem a começar devagar e piorar aos poucos, mas a intoxicação alimentar surge de quatro a 24 horas após a refeição e tem vários sintomas: náusea, vômitos, febre, dor abdominal e diarréia.

“Preste atenção à intensidade e à duração da dor. Se você tem diarréia, mas vai ao banheiro de vez em quando, pode esperar 24 horas. Mas, no caso de contaminação por toxina botulínica, quando a dor é forte e a diarréia não pára, o socorro tem de ser imediato. Em uma a duas horas a pessoa pode morrer”, diz o Dr. Quilici.
Constrangido por causa de gases?
“Há um certo constrangimento quando se fala de problemas do trato digestivo, sejam gases, diarréia ou mau hálito. Mas, dentro do consultório, tratamos do assunto de forma séria. Criamos uma relação aberta, de confiança e respeito, e o paciente se sente à vontade para falar”, explica a Dra. Maria do Carmo Friche Passos, professora de Gastroenterologia do curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Antes da consulta, faça uma lista dos exames que já fez, dos médicos que consultou sobre o seu problema, dos hospitais a que já foi, das doenças que já lhe disseram que tinha, das outras terapias e medicamentos que experimentou (isso inclui remédios, com ou sem receita médica, e também terapias alternativas). Você percebeu alguma mudança nos seus hábitos no banheiro?

Valorize os sintomas”, orienta o Dr. Flávio Quilici. O que provoca os sintomas de dor de barriga (estresse, alimentos gordurosos)? O que os alivia (antiácidos, redução de estresse)? Como são eles (azia, dor)? Onde, quando e quanto dói?



Você sofre com gases ou flatulências ?

Temos, em média, de 100 ml a 200 ml de gases no tubo digestivo. Sem perceber, podemos eliminar gases de 13 a 20 vezes ao dia. “Muitas pessoas têm uma sensibilidade maior à quantidade de gases no organismo, mas isso não significa um aumento real do volume”, revela a Dra. Maria do Carmo. Quem tem cólicas por causa de gases pode tomar um antiácido para revestir o estômago. Os remédios vendidos sem receita médica para reduzir os gases costumam conter simeticona ou carvão ativado, mas, segundo especialistas, não são muito eficazes. Em geral, basta esperar que saiam (ou soltá-los!).

“Para prevenir a formação de gases, é importante saber o que causa sua produção e evitar determinados alimentos”, afirma o Dr. Steinwurz.

Como evitar dor de barriga, gases, azia e dores no estomago?
• Mastigue bem e coma devagar.
• Evite comer em excesso.
• Não se deite depois de comer; levante-se e faça uma caminhada de 20 minutos.
• Evite refrigerantes, chiclete, balas, pastilhas de goma e hortelã, couve-de-bruxelas, repolho e outras hortaliças.
• Beba pouco líquido durante as refeições; procure não encher o copo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Aspirina: muito além de remédio, ela pode resolver pequenos problemas domésticos

Quando estamos com gripe ou dor de cabeça é muito comum ouvirmos de alguém “Toma uma aspirina que passa”. Mas além de curar gripes, resfriados e dores de cabeça repentinas, a aspirina tem muitas outras utilidades. Confira:
Aspirina é bom para: tirar manchas de suor
Antes de perder as esperanças de um dia tirar as manchas de suor da camisa branca que você adora, experimente triturar dois comprimidos de aspirina e dissolver o pó em 1/2 xícara de água morna. Deixe a parte manchada da roupa embebida na solução por um período de 2 a 3 horas. Você irá tirar as manchas de suor sem estragar o tecido.
Aspirina é bom para: recuperar a cor do cabelo
Nadar em piscina com cloro pode surtir um efeito perceptível - e desagradável - na cor do seu cabelo se ele for claro. Mas você pode recuperar a cor original do seu cabelo dissolvendo de 6 a 8 comprimidos de Aspirina num copo com água morna. Esfregue a solução no cabelo e deixe-a agir por 10 a 15 minutos.
Aspirina é bom para: secar espinhas
Mesmo quem já passou faz tempo da adolescência pode ter espinhas de vez em quando. Dê fim às irritantes erupções triturando 1 comprimido de Aspirina e molhando-o com um pouco de água. Aplique esta pasta na espinha e deixe-a agir por alguns minutos antes de lavar com água e sabonete. Ela vai reduzir a vermelhidão e aliviar a ardência. Se a espinha persistir, repita o procedimento até ela sumir por completo.
Aspirina é bom para: usar como anti-caspas
Controle a caspa do seu cabelo triturando 2 comprimidos de Aspirina e acrescentando-os à quantidade normal de xampu que você usa ao lavar seus cabelos. Deixe a mistura agir por 1 ou 2 minutos, enxágüe e lave novamente com xampu puro.
Aspirina é bom para: acabar com calosidades dos pés
Amoleça as calosidades dos pés triturando 5 ou 6 comprimidos de Aspirina. Faça uma pasta, acrescentando 1/2 colher de chá de suco de limão e 1/2 colher de chá de água. Aplique a mistura nas áreas afetadas, enrole o pé numa toalha morna e cubra-o com saco plástico. Depois de ficar sem pisar no chão por pelo menos 10 minutos, retire o saco e a toalha e esfolie o calo amolecido com pedra-pomes.
Aspirina é bom para: aliviar picadas e ferroadas
Controle a inflamação causada por picadas de mosquito ou ferroadas de abelha molhando a pele e esfregando 1 comprimido de Aspirina no local. Evidentemente, se você for alérgico a ferroadas de abelha, e sentir dificuldade respiratória, dor de barriga ou náusea depois da ferroada, busque socorro médico imediato.
Aspirina é bom para: manter as flores vivas e bonitas
Trata-se de um método comprovado de manter rosas e outras flores frescas que foram colhidas bonitas e vivas por mais tempo: jogue 1 comprimido de Aspirina triturada na água antes de dispor as flores. Outros produtos domésticos que você pode pôr na água para prolongar a vida do arranjo de flores são: um multivitamínico, 1 colher de chá de açúcar, 1 pitada de sal ou bicarbonato de sódio, e até 1 moeda de cobre. Também não se esqueça de trocar a água do vaso onde estão as flores com freqüência e repetir o procedimento.
Aspirina é bom para: usar como fertilizante
A Aspirina não é um elemento indispensável apenas para você, mas também para o seu jardim. Alguns jardineiros trituram os comprimidos para usar como agente fertilizante, ou misturam-nos em água para eliminar fungos do solo. Mas tenha cuidado ao usar Aspirina nas plantas, pois o excesso pode provocar queimaduras ou outros estragos. Para tratar a terra, a dosagem padrão deve ser de 1/2 a 1 comprimido por litro de água.
Aspirina é bom para: tirar manchas de ovo das roupas
Você derrubou um pouco de ovo cru na roupa enquanto cozinhava? Primeiro, raspe o máximo possível do ovo, depois tente limpar o resto com esponja e água morna. Não use água quente, pois ela vai endurecer o ovo. Se isso não remover completamente a mancha, misture água, creme de tártaro e 1 comprimido de Aspirina triturado. Passe a pasta na mancha e deixe agir por 30 minutos. Lave bem com água morna, e a mancha desaparecerá.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Durma bem, senão...

Miriam Castro estava exausta. Embora fizesse mais de 48 horas que a psicóloga de 47 anos chegara à Austrália acompanhando o marido, analista de sistemas que acabava de ser transferido para Brisbane, ela ainda se recuperava da diferença de fusos horários – o chamado jet lag. Tinha deixado o Rio de Janeiro às 15h30 de uma segunda-feira e, depois de três conexões e 35 horas de vôo, desembarcou em Brisbane na manhã de quarta-feira. Miriam não quis descansar durante o dia, na esperança de dormir a noite toda.
No entanto desfrutar o sono necessário não foi fácil, embora estivesse mais de dois dias sem descansar de fato. “Dormi mal durante os vôos e, na última conexão, na Nova Zelândia, houve um atraso que agravou ainda mais o meu cansaço”, conta ela. A mudança de horário desorganizou completamente seu padrão de sono: na primeira noite despertou às 2 horas com toda a disposição e só percebeu que continuava cansada, quando, no domingo, saiu para fazer compras e, ao descer do ônibus, caiu. “De repente, sem que me lembre como, eu me vi no chão”, diz ela. Na queda, Miriam quebrou o pé esquerdo e teve de engessar a perna.
“A privação de sono pode causar irritação, falta de concentração e dificuldade de cognição. A pessoa pode até perder o senso de direção”, afirma a Dra. Luciane de Mello Fujita, especialista em Medicina do Sono, do Instituto do Sono de São Paulo.
Seja por causa de jet lag, mudança de horário de trabalho, insônia crônica, distúrbio do sono ou simples tentativa de trabalhar algumas horas a mais, todos já sentimos a exaustão causada por noites maldormidas. Na verdade, dormir é tão importante para um estilo de vida saudável quanto exercícios físicos e alimentação adequada. Estudos indicam que a carência de sono pode aumentar o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabete, obesidade e depressão. Uma boa noite de sono é um dos recursos mais eficazes de que se pode lançar mão para manter-se saudável.
De quantas horas de sono você precisa?
Ter uma boa noite de sono significa acordar descansado e energizado. No entanto o chamado “sono reparador” varia de pessoa para pessoa. “O número ideal de horas é individual”, afirma a Dra. Luciane. Se a pessoa dormir menos do que precisa por noites seguidas, acumula um déficit de sono. “Dormir menos uma hora por dia já caracteriza privação de sono”, diz ela.
Tudo depende da constância do problema. “A ocorrência de insônia numa única noite não é muito importante”, afirma a Dra. Gisele Minhoto, psiquiatra e professora da PUC-PR. “Mas a privação de algumas horas de sono durante várias noites vai se somando e pode equivaler à falta aguda de sono por três ou quatro dias, por exemplo.”
Flávia Lima, 34 anos, produtora de eventos no Rio, sabe que a média de quatro horas por noite que dorme não é suficiente. “Há cinco anos passo por esse tormento. Chego cansada em casa, mas não relaxo”, conta ela. Sem conseguir dormir, vai para o computador trabalhar mais um pouco, assiste à TV e às vezes até toma remédios para dormir, mas nada funciona. E o pior: como fica ansiosa, ataca a geladeira. “Nessa brincadeira, já engordei cinco quilos!”, queixa-se Flávia.
Segundo estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Sono e pela Federação Latino-americana de Sociedades de Sono, o brasileiro dorme em média 7,5 horas por noite. No entanto 15% da população tem, no máximo, seis horas de sono por noite.
“O estresse e até o fato de algumas pessoas considerarem dormir uma perda de tempo tiram-nos as horas de descanso necessárias”, diz o professor John Fontenele Araújo, do Laboratório de Neurobiologia do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Uma pesquisa realizada com um grupo de trabalhadores de uma petroquímica no estado revelou que 60% dos entrevistados gostariam de dormir menos, pois consideravam dormir uma perda de tempo. E 25% deles dormiam menos mesmo tendo sono e tempo para descansar.
Seja por deixarmos as tarefas domésticas para depois que as crianças vão para a cama, cumprirmos compromissos sociais ou trabalharmos até tarde, o fato é que dormimos menos do que deveríamos.
Mas para alguns o problema não está em encontrar tempo para dormir, mas na dificuldade em adormecer e manter um sono contínuo. A insônia e a apnéia do sono são os dois distúrbios do sono mais comuns entre os brasileiros. Uma pesquisa do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo mostrou que cerca de 30% da população se queixa de sono não-reparador. Destes, 10% sofrem de insônia e precisam de tratamento.
Quanto à apnéia, seu diagnóstico depende de um exame ainda não disponível para toda a população – a polissonografia. “O maior problema é que embora haja um porcentual elevado de pessoas com insônia e apnéia, o brasileiro não valoriza seus problemas de sono, e por isso não procura um especialista”, alerta Araújo.
Por que dormir bem é importante?
Não dormir o suficiente pode comprometer a saúde. “O sistema imunológico funciona melhor se dormimos bem, pois as células K (células exterminadoras naturais de agentes nocivos) são produzidas durante o sono e são fundamentais para o bom funcionamento desse sistema”, explica o professor Araújo. Essas células, produzidas na medula óssea, são encontradas no sangue e no líquido linfático.
“Estudos experimentais em animais demonstraram que o estresse provoca a diminuição dos glóbulos brancos na corrente sanguínea, entre os quais se encontram as células K”, afirma o neurologista Jorge Noujaim, vice-presidente da Academia Brasileira de Neurologia. As células K fazem parte do mecanismo de defesa do corpo contra vírus, bactérias e até contra o câncer, e não funcionam apropriadamente nos indivíduos sob privação do sono.
Um estudo da Escola de Medicina de Cerrahpasa, na Turquia, concluiu que, depois de 24 horas sem dormir, a porcentagem de células K no sangue cai em 37%. Outro estudo, este da Universidade da Califórnia, analisou 23 homens, e chegou à conclusão de que uma só noite de privação parcial do sono reduz a atividade das células exterminadoras naturais a 72% dos níveis normais.
Embora a atividade dessas células se normalize depois que a pessoa volta a dormir adequadamente, o Dr. Noujaim adverte que “o problema são os possíveis danos no caso de se prolongar o tempo em que o sistema imunológico deixa o corpo sem defesas e suscetível a infecções”.
Mas não é só o sistema imunológico que sofre com a falta de sono. “Existe uma incidência maior de problemas cardíacos entre as pessoas que apresentam transtornos do sono”, diz o Dr. Antônio Felipe Simão, diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Santa Catarina. Indivíduos com carência de sono mostram sinais cada vez mais fortes de um indicador de doenças cardíacas – a proteína C-reativa ultra-sensível (PCRus), cuja presença em níveis anormais, associada à apnéia obstrutiva do sono, pode ter papel importante no aparecimento de problemas cardiovasculares.
Pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que o déficit crônico de sono pode diminuir a capacidade de o corpo regular hormônios e processar carboidratos. Em seu estudo, eles reduziram de oito para quatro horas o período de sono dos participantes. Em menos de uma semana foram observadas alterações físicas semelhantes aos efeitos da diabete precoce. “Os distúrbios do sono aumentam a probabilidade de um estado pré-diabético (intolerância à glicose e resistência à insulina) e de obesidade”, diz o Dr. Simão. Tanto a intolerância à glicose quanto a resistência à insulina são marcadores para doenças cardíacas.
A nutricionista Liane Quintanilha Simões, do Conselho Federal de Nutricionistas, afirma que a questão hormonal associada ao distúrbio do sono também pode contribuir para a obesidade. Ela cita o hormônio do crescimento, responsável por importantes funções no metabolismo, entre elas a diminuição de deposição de gorduras em algumas regiões do organismo, e cuja liberação ocorre durante o sono. “Quando o indivíduo não dorme, os níveis desse hormônio não se elevam. A fome é então estimulada”, diz Liane. Além disso, ocorre também a redução da leptina, hormônio supressor do apetite; a grelina, hormônio que controla picos de fome, eleva-se com a falta de sono, aumentando o apetite; e o organismo passa a produzir mais cortisol, hormônio do estresse, o que propicia o armazenamento de gordura. “Por isso, uma boa noite de sono também contribui para o combate à obesidade”, conclui a nutricionista.
Segundo a Dra. Gisele Minhoto, o sono é importante também para manter a atividade cerebral equilibrada. Cada fase do sono é regulada por neurotransmissores – substâncias responsáveis pela comunicação entre os neurônios – e durante a fase não-REM, que representa 75% do tempo total do sono, os neurotransmissores são “recarregados”. “Por isso, a perda de horas de sono pode provocar uma alteração no equilíbrio e na quantidade de neurotransmissores e, dessa forma, desencadear distúrbios como depressão, ansiedade e sentimentos de raiva ou tristeza”, afirma a médica.
Como ter uma boa noite de sonoA Dra. Luciane Fujita dá as seguintes sugestões:
• O quarto deve estar em silêncio e a cama deve ser confortável.• Levante-se e deite-se todos os dias à mesma hora.• Limite o consumo de cafeína e de nicotina. E jante de duas a três horas antes de ir dormir. É mais difícil adormecer se estiver digerindo o que comeu. Um lanche leve, porém, pode ajudar.• Exercite-se regularmente. A atividade física pode proporcionar um sono de melhor qualidade. No entanto, exercícios vigorosos pouco antes de dormir podem retardar o sono.
Se você tiver dificuldade em pegar no sono ou dormir:
• Não fique se virando na cama por mais de meia hora. Levante-se e faça algo relaxante, como ler.• Estabeleça um ritual tranqüilo antes de ir para a cama: beba um copo de leite morno ou chá de ervas; leia ou tome um banho morno.• Trate problemas médicos que possam contribuir para distúrbios do sono, como a apnéia do sono e a síndrome da perna inquieta.Se a dificuldade para dormir persistir, existe uma variedade de medicamentos disponíveis. Embora as pílulas para dormir hoje sejam significativamente mais seguras, “se seu uso for feito por um longo período, existe uma chance maior de causarem dependência”, afirma a Dra. Luciane.
“Mas a insônia prolongada pode ser sinal de um problema mais sério e deve ser avaliada com atenção”, diz o Dr. Jorge Noujaim. “É preciso consultar seu médico antes de tomar qualquer medicamento para dormir.”